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O CINEMA BRASILEIRO

Atualizado: 17 de fev. de 2021


Fonte: http://www.ilisp.org/wp-content/uploads/2016/03/cinema-brasileiro-1024x768.jpg
 

Qual foi o primeiro filme a ser exibido no Brasil? E qual o primeiro produzido?

Vamos nessa conhecer um pouco da história do cinema brasileiro!

 

Por Osmilde Bispo (@osmildebispo)


O ano era 1896 quando foram exibidos alguns filmes de curta duração no Rio de Janeiro, filmes esses que retratavam o cotidiano nas cidades europeias. Nem todos puderam assistir pois, os ingressos eram caros com isso só os ricos puderam ir à exibição.

Já em 1898 os irmãos italianos Paschoal Affonso e Segreto documentou o primeiro filme em terras brasileiras:Vista da Baía de Guanabara. As gravações deram início em 19 de junho de 1898, hoje essa data comemora- se o dia do cinema brasileiro.

Em 1908 é lançado o primeiro filme de ficção produzido no Brasil, Os Estranguladores de Francisco Marzullo e Antônio Leal. O filme é baseado em fatos reais que narra a história de dois adolescentes, sobrinhos de um joalheiro, que são estrangulados por contrabandistas. O Crime dos Banhados 1914, de Francisco Santos, foi o primeiro longa-metragem brasileiro, cuja a narrativa baseia-se em um crime de uma família no Rio Grande do Sul.

Com a expansão do cinema em outras cidades, foi criado em 1930 o primeiro estúdio Cinédia. Nesse período surgem os filmes sonoros e o estúdio Cinédia produz alguns apostando na comédia, como o filme mais marcante desse estilo, Acabaram-se os Otários 1929, de Luiz de Barros. História de três moradores do interior de São Paulo que resolvem ir para a capital e lá são enganados por um malandro.

O Cinédia teve que investir em produções estilo Hollywood para não acabar. Isso porque as distribuidoras no Brasil investiram forte para que o público tivesse acesso aos filmes Hollywoodianos, entre as décadas de 30 e 40. E a população aderiu bem às produções no formato Hollywood, que são filmes com histórias com final feliz, início, meio e fim definidos e romances.

Foram essas características que o estúdio Cinédia começou a produzir além, de contratar grandes estrelas a exemplo de, Carmem Miranda que estrelou os filmes Alô, Alô, Brasil de 1935, Alô, Alô, Carnaval de 1936, Bonequinha de Seda de 1936 e Pureza de 1940.

Porém os esforços não surtiram os resultados esperados, em 1942 foram lançados 409 filmes no Brasil e somente um era brasileiro.

Mesmo com toda dificuldade em lançar filmes brasileiros, continuaram a lançar e a Vera Cruz é criada. Ela aposta em grandes estúdios, atores fixos, traz em suas produções estéticas dos filmes hollywoodianos e até profissionais estrangeiros. E valeu a pena pois, em 1953 é lançado o filme O Cangaceiro, de Lima Barreto o qual ganhou o prêmio internacional no festival de Cannes, como melhor filme de aventura.

Ainda na década de 40 tivemos as Chanchadas, filmes de baixo orçamentos, comédia e musicais. O que se queriam com essas produções era produzir constantemente e estar inserido no circuito de distribuição. O público gostou muito desse tipo de produção, cujo o principal tema era o carnaval e os atores principais que compunham a atração eram, Oscarito, Grande Otelo e Anselmo Duarte. Outro tema das Chanchadas eram os costumes e folclore do Rio de Janeiro.

As Chanchadas não resistiram as críticas que consideravam os filmes ruins com isso, aos poucos essas produções acabam.

Aí veio o Cinema Novo. Alguns cineastas não estavam gostando da forma como as produções brasileiras imitavam o cinema hollywoodiano e começaram a produzir filmes com temas populares, que mostrava a situação política e social do país. A inspiração também vinha do Neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa, com produções de baixo orçamento, gravações nas ruas, com atores e não atores.

O primeiro foi Rio, 40 Graus 1955, de Nelson Pereira dos Santos.

Bem o nome de maior destaque desse estilo foi Glauber Rocha, ele criou o tema ‘A estética da fome’, que se relacionava com a forma em que os filmes eram produzidos, retratando e realidade das pessoas que aqui viviam. Foi uma forma de dizer que não estava satisfeito com a situação política, social e econômica.

Glauber Rocha se destacou com os filmes, Deus e o Diabo na Terra do Sol 1964, Terra em Transe 1967 e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro 1968.

Se destacaram também, os filmes Vidas Secas de 1963 de Nelson Pereira dos Santos, cuja história é baseada no livro de Graciliano Ramos e narra o sofrimento de uma família nordestina que luta para sobreviver a seca e O Pagador de Promessas, 1962 de Anselmo Duarte, filme esse que ganhou o prêmio Palma de ouro no festival de Cannes na França, prêmio máximo do festival além de ter sido indicado ao Oscar. O filme relata a dificuldade de um homem que faz uma promessa em um terreiro de Candomblé em favor do seu burro que havia sido atingido por um raio, a promessa era levar uma enorme cruz para a igreja porém, o padre não permitiu a entrada de Zé do burro na igreja, por ele ter feito a promessa no Candomblé.

Durante a ditadura militar as produções cinematográficas sofreram censura, o governo controlava o que ia ou não para as telas de cinema. Com isso é criada em 1969 a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filme), que financiava produções que seguiam as regras do governo militar. Como também, ter um maior número de filme brasileiro em circuito em todo país. Isso levou ao filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1976 de Bruno Barreto, obter 10 milhões de espectadores.

Insatisfeitos alguns cineastas resolveram criar um novo estilo: o cinema marginal que buscavam um cinema totalmente diferente, contracultura, a forma de narrativa e produziram filmes com estética experimental. Filmes com críticas de forma indireta, usando a ironia para mostrar um descontentamento com a realidade.

Como exemplo temos os filmes: O Bandido da Luz Vermelha, 1968 de Rogério Sganzerla, O Anjo Nasceu 1969, de Júlio Bressane.

Mesmo com tantas dificuldades nas produções cinematográficas, foram lançados filmes, criadas produtoras, estúdios, prêmios importantes para o país. Porém, o cinema brasileiro passou por um período de declínio, isso ocorreu por diversos fatores como: crise econômica do país, a falta de dinheiro impedia os cineastas de produzirem bem como, os espectadores de irem ao cinema. Um outro fator foi o término da Embrafilme, o fim do Ministério da Cultura, o Concine (Conselho Nacional de Cinema), Fundação do Cinema Brasileiro como também, com as leis de incentivo às produções, isso na gestão do presidente Fernando Collor.

A situação era tão grave que em 1992 somente três filmes brasileiros foram lançados.

Passado esse momento de crise, o cinema brasileiro começou a se reestruturar. Foi criada a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual que investiu em produção, coprodução, exibição de obras cinematográficas brasileiras. Mais tarde torna-se a Lei do audiovisual.

E com esses incentivos em 1995 foi lançado o primeiro longa Carlota Joaquina, Princesa do Brazil de Carla Camurati. Já em 1998 o filme Central do Brasil de Walter Salles foi indicado como melhor filme estrangeiro e uma indicação de melhor atriz para Fernanda Montenegro, protagonista do filme.

As produções continuaram e com a criação da Globo filmes esse mercado ganhou grandes produções, levando milhares de espectadores ao cinema em especial para assistir filmes de comédia, que foi uma das apostas dessa empresa.

O auge em que o cinema brasileiro ganha destaque ocorre em 2002 como o longa Cidade de Deus de Fernando Meirelles, filme que foi indicado ao Oscar de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor direção de fotografia e melhor edição e ganhou o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro.

Outros destaques vão para os filmes: Carandiru, 2003 de Hector Babenco, Tropa de Elite, 2007 de José Padilha, Minha Mãe é uma peça, 2013 de André Pellenz.

A participação de filmes brasileiros independentes em festivais internacionais bem como conquistas de prêmios vem crescendo, temos os filmes: Aquarius, 2016, O Som ao Redor, 2012 ambos de Kleber Mendonça Filho, Que horas Ela Volta, 2015 de Anna Muylaert, Branco Sai, Preto fica, 2014 de Adirley Queirós.

Na lista de filmes mais recentes que participaram de festivais e foram premiados temos: A Vida Invisível, 2019 de Karim Aïnouz; Bacurau, 2019 de Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles.

O cinema brasileiro é rico em histórias, histórias essas que falam do nosso povo, nossas conquistas, dificuldades, nos fazem ri. E dessa maneira, aos poucos vamos ganhando nosso espaço nas telas do mundo.



Referência

https://www.aicinema.com.br

https://falauniversidades.com.br

Revisado por:

Renata Meneses (@renatamenesess)

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